segunda-feira, 8 de julho de 2019

Conheça a Rádio Butiá Brasil


          Estreou no dia 22 de junho deste ano o canal brasileiro da Rádio Butiá
          de matriz uruguaia na Casa da Leitura Wilson Martins do Centro Cultural
          Portão dentro da programação da FIMS(Feira Internacional da Música do Sul).

          Esta é uma rádio web com o conteúdo 100% voltado ao público infantil,
          apresentando música autoral de excelente qualidade e um canal de contos
          sempre valorizando a produção cultural de diferentes regiões do Brasil. 
                       
                         
                                                                 radiobutia.com.br

            A convite do artista Júlio Brum, diretor da rádio, nossa integrante
            Caroline Casagrande está responsável pela programação dos conteúdos
            da Rádio Butiá Brasil em parceria com Paulo Bi, cantor e compositor carioca
            que assume a coordenação do projeto.


                              (Caroline Casagrande/Júlio Brum/Rosy Greca/Helinho Santana)

           A primeira programação está recheada com as músicas de nossos queridos artistas locais
          como Nélio Spréa, Milton Karan, Mara Fontoura, Helio Santana e Rosy Greca que, junto com            Teca Alencar de Brito e Eugenio Tadeu são os conselheiros da Rádio. A seleção de músicas e               contos também prestigia artistas como Bia Bedran, Sandra Perez e Paulo Tatit, Tatá Fernandes,  Lila Borges, Silvio Mansani, Juraildes da Cruz, Duo Rodapião, Ana Luiza Lacombe, entre outros músicos de relevância artística no cenário da produção cultural para crianças. A Rádio visa promover também os artistas de língua espanhola que compõe o Movimento da Canção Infantil Latino Americana e Caribenha (Mocilyc) que promove encontros bianuais cada ano em um país diferente. 

A Cia Girolê participou da 13º Encontro da Canção Infantil Latino Americana e Caribenha no ano de 2017 na Argentina com o espetáculo "Canções daqui, canciones de allá" com a participação da atriz e cantora argentina Nuri Mocoroa, ocasião em que se deu o encontro entre Caroline e Júlio para sonhar junto essa realização. Brasil e Uruguai em busca de um ideal: a integração dos povos latino americanos através da arte. Quem acessa Rádio Butiá Brasil também acessa o canal em espanhol e vice versa! Seja bem vindo ao portal, onde amenizamos cantando e contando as nossas fronteiras...



                                                          

terça-feira, 2 de julho de 2019


Relatos Girolescos por Cléo Cavalcantty


Os alunos da Escola Estadual Conselheiro Quielse Crisóstomo da Silva em Bocaiúva do Sul, ao contrário do que aparenta seus corpos pré adolescentes, parecem que guardam em si um tempo um pouco menos acelerado. O tempo de deixar os questionamentos internalizarem, o tempo de fechar os olhos e refletir antes de  fazer uma pergunta. O tempo de deixar as coisas fazerem morada internamente da maneira necessária, de uma maneira quase pueril, de pedir pra repetir determinada parte do livro que está sendo mediado; ou pelo menos era essa a sensação passada. Os sorrisinhos envergonhados, as mãos tímidas que se levantavam quando eram questionados se eram ou não leitores, tudo num outro tempo, talvez o tempo não reservado aos adolescentes das grandes capitais. Mas esses sorrisos tímidos aos poucos foram quebrados quando as histórias e  vivências partilhadas foram se aproximando das suas realidades.

                                     

Se no início falar sobre literatura pareceu algo muito distante e enfadonho, aos poucos os silêncios iam dando lugar às manifestações e falas espontâneas acerca da família, amizade e violência. Palavras que guiam as narrativas do nosso projeto. Logo, as bocas fechadas se tornaram línguas afiadas para defender que o bullying na visão deles, talvez seja a pior forma de violência, pois não se vê as sequelas por fora. O bullying machuca por dentro. E mata. Disse uma aluna, que logo em seguida relatou a perda da sua melhor amiga, que se suicidou por causa do bullying. 
Não pareceria uma discussão em turmas de 6° ano, se não fosse pelo tempo interno deles.Uma sensação que pra mim pareceu a habilidade de esticar ao máximo o tempo da infância mas, com um olhar atento às transições, às dificuldades e perigos que o futuro reserva. Tudo isso de um modo calmo, atento, sem aceleramentos, de um jeito preciso e lógico, como quem discute matemática.
Um aluno me perguntou, se escolhemos essas três palavras porque elas estão quase sempre juntas em quase todas as histórias. Eu respondi que não tinha pensado sobre isso ainda. Outro me perguntou se eu já sofri bullying na escola. Respondi com outra pergunta:- O que vocês acham?Um coro em uníssono respondeu:-Simmmmmm!Bateu o sinal.
Bom seria que esses encontros “literários” pudessem durar mais que 50 minutos cada.
Pensemos na possibilidade de dar continuidade a esse projeto ;)



Fotos: Edu Camargo (UVstúdio)